Debates Sociais | A democracia do Brasil em xeque!

Sabemos que é difícil comparar o Brasil, cuja democracia é fragilizada e nova, com os Estados Unidos da América, maior potência mundial e reconhecido como a maior democracia do planeta. Mas aqui, na Terra de Santa Cruz, há muito espelho do país norte-americano. Iniciamos pela segunda Constituição, lá de 1891, onde começamos a ser chamados de Estados Unidos do Brasil. Depois pelos modelos e formas de poder, copiados também na terra do Tio Sam.

Espelhar-se em algo que dá certo, claro, não há problema algum, mas o que se distancia é a democracia e luta que os EUA passaram até chegar ao patamar atual. Com uma constituição única, riquíssima e respeitada desde 1787, os estadunidenses em 231 anos tiveram presidentes assassinados, passaram por duros combates, mas sempre respeitaram a decisão dos americanos.

Lá, quando um presidenciável é derrotado, imediatamente ele liga ao adversário, reúne todo coletivo de campanha e seus eleitores para admitir a vitória do opositor. “Senhor presidente, desejo sucesso na condução da nossa nação”, disse, por exemplo, Mitt Romney ao ser vencido por Barack Obama em 2012.

Diferentemente, no Brasil, as últimas eleições têm sido duras para os vitoriosos. Aqui, agora existe o complexo de não se admitir a derrota. Aconteceu com Aécio Neves que, ao ver Dilma ser eleita, jamais entendeu o que é viver em um país democrático.

Agora, a nova manifestação do presidenciável Jair Bolsonaro põe em xeque a democracia brasileira. Disse que as eleições podem ser fraudadas, já antecipando uma possível derrota num eventual segundo turno. Quer dizer que, se ele for eleito, as urnas são um belo e grande instrumento democrático e que, caso seja derrotado, os votos foram fraudados em favor do vencedor.

Vivemos um momento importante em busca da concretização da democracia. Vamos, sim, tentar unificar o Brasil, independente de quem seja vitorioso. A cidadania é maior que qualquer partido e o sentimento democrático deve, independente de qualquer coisa, continuar sendo a maior ferramenta em busca de um país mais igualitário.